Coordenadas Esféricas ξ k {r, θ, φ}

Um sistema de coordenadas ortogonais curvilíneas Esféricas consiste na definição de três parâmetros { r , θ , φ } únicos para cada ponto r R 3 , ou seja duma correspondência bijectiva r = Λ 1 ( r , θ , φ ) (de facto será necessário definir várias e por partes i.e. um Atlas) com r [ 0 , + [ , θ [ 0 , π ] , φ [ 0 , 2 π ] , de tal maneira que as curvas obtidas pela fixação de qualquer par de parâmetros r o , θ o , φ o , ou seja,

u(r)= Λ 1 (r,   θ o ,   φ o ) (semi-recta passando pela origem com azimute φ o e inclinação θ o )
v(θ) = Λ 1 ( r o , θ,  φ o ) (semi-círculo vertical com centro na origem,  de raio r o e azimute φ o )
w (φ) = Λ 1 ( r o ,  θ o , φ) (circulo horizontal de raio ρ = r o sin( θ o ) centrado no eixo dos zz à altura z o = r o cos( θ o ))

se intersectem em r o = Λ 1 ( r o ,  θ o ,  φ o )=u( r o )=v( θ o )=w( φ o ) e sejam ortogonais entre si, qualquer que seja o ponto r o escolhido.
Ao triedro de vectores de módulo unitário { e r , e θ , e φ } que representam no ponto r o as direcções tangentes a cada uma das curvas u ( r ) , v ( θ ) , w ( φ ) designamos por referencial móvel associado ao sistema de coordenadas curvilíneas indicado.


MathReader Applet: Coordenadas Esféricas

Vector Posição no referencial associado:

r = r e r ( θ , φ )

Relação com coordenadas cartesianas

{ r [ 0 , [ θ [ 0 , π ] φ [ 0 , 2 π [ Λ 1 { x = r cos ( φ ) sin ( θ ) y = r sin ( φ ) sin ( θ ) z = r cos ( θ )

r = r ( sin ( θ ) ( cos ( φ ) e x + sin ( φ ) e y ) + cos ( θ ) e z )

Versores do referencial associado:

e r ( θ , φ ) = sin ( θ ) ( cos ( φ ) e x + sin ( φ ) e y ) + cos ( θ ) e z = sin ( θ ) e ρ ( φ ) + cos ( θ ) e z

e θ ( θ , φ ) = cos ( θ ) ( cos ( φ ) e x + sin ( φ ) e y ) sin ( θ ) e z = cos ( θ ) e ρ ( φ ) sin ( θ ) e z

e φ ( φ ) = sin ( φ ) e x + cos ( φ ) e y

Funções de Escala:

η k = | r ξ k |  →  { η r = 1 η θ = r η φ = r sin ( θ )

Elemento de Linha:

r = r e r + r θ e θ + r sin ( θ ) φ e φ

Note que em geral

δ r = r ( r + δr , θ + δθ , φ + δφ ) r ( r , θ , φ ) δr e r + r δθ e θ + r sin ( θ ) δφ e φ

Apenas no limite δr→ⅆr, δθ→ⅆθ, δφ→ⅆφ as duas expressões coincidem.

Elementos de  Áreas coordenadas elementares:

S ( θ , φ ) = ( η θ θ e θ ) × ( η φ φ e φ ) = r 2 sin ( θ ) θ φ e r

S ( r , θ ) = ( η r r e r ) × ( η θ θ e θ ) = r r θ e φ

S ( φ , r ) = ( η φ φ e φ ) × ( η r r e r ) = r sin ( θ ) φ r e θ

Elemento de Volume:

V ( r , θ , φ ) = r 2 sin ( θ ) r θ φ

O segmento de volume esférico ΔV( r ) compreendido entre os raios [ r , r + δr ] , as inclinações [ θ , θ + δθ ] e os azimutes [ φ , φ + δφ ] mede

ΔV ( r ) = θ θ + δθ ( φ φ + δφ ( r r + δr r 2 sin ( θ ) r ) φ ) θ = 1 3 ( ( r + δr ) 3 r 3 ) ( cos ( θ ) cos ( δθ + θ ) ) δφ

No limite infinitesimalmente pequeno ΔV( r ) pode mostrar-se equivalente ao volume paralelipipédico definido por r = r e r + r θ e θ + r sin ( θ ) φ e φ no referencial móvel associado. Expandindo cos(θ+δθ)=cos(θ)-sin(θ)δθ +O( δθ2 verifica-se

Δ V ( r ) r 2    sin ( θ )    δr    δθ    δφ + 1 2 r 2    cos ( θ )    δr    δ θ 2    δφ + r    sin ( θ )    δ r 2    δθ    δφ + O ( δ 5 )

Quando δ r r ,    δ θ θ ,    δ φ φ retemos apenas o termo de mais baixa ordem em produtos de infinitésimos, i.e. r 2 sin(θ )ⅆr θ ⅆφ .

Gradiente:

f = f r e r + 1 r f θ e θ + 1 r sin ( θ ) f φ e φ

Divergencia:

· A = 1 r 2 ( r 2 A r ) r + 1 r sin ( θ ) ( sin ( θ ) A θ ) θ + 1 r sin ( θ ) A φ φ

Rotacional:

× A = 1 r sin ( θ ) ( ( sin ( θ ) A φ ) θ A θ φ ) e r + 1 r sin ( θ ) ( A r φ ( r sin ( θ ) A φ ) r ) e θ + 1 r ( ( r A θ ) r A r θ ) e φ

Laplaciano:

2 f = 1 r 2 sin ( θ ) ( ( r 2 sin ( θ ) f r ) r + ( sin ( θ ) f θ ) θ + ( 1 sin ( θ ) f φ ) φ )


© Amaro Rica da Silva, Prof. Dep. Física-IST with Mathematica  (September 20, 2005) Valid XHTML 1.1!