Sistemas de Coordenadas
Coordenadas gerais curvilíneas
Um sistema de coordenadas numa região dum espaço de dimensão
é uma correspondência que obedece a certas condições (vide o conceito de variedade e cartas locais). Esta correspondência
define naturalmente famílias de curvas
passando por cada ponto e definidas como a
imagem inversa através de de linhas coordenadas de passando por .
Isto significa que ∈⊂R é a i-ésima coordenada generalizada de
. As curvas
definem as linhas coordenadas passando por , i.e. ao longo de todas as coordenadas excepto a i-ésima são constantes,
.
Quando é um subconjunto do espaço afim
, e designando por
os vectores tangentes às curvas em , podemos comparar os vectores tangentes
às curvas em pontos diferentes (caso contrário só se poderá fazê-lo quando uma conexão linear
fôr definida sobre o espaço de referenciais de ): se estes vectores forem paralelos entre
si em todos os pontos de para
fixo, o sistema de coordenadas é rectilíneo, caso contrário é curvilíneo. Se em
qualquer ponto se tiver
para quaisquer , o sistema de coordenadas diz-se ortogonal e os versores
definem uma base ortogonal do referencial móvel associado às coordenadas generalizadas em .
Deslocamento elementar e funções de escala
Para um espaço afim o vector posição de um ponto
pode-se escrever também neste referencial associado
como
Um deslocamento elementar
visto do referencial associado
pode-se decompor em termos de deslocamentos elementares nas direcções dos versores de base e então:
onde se designam funções de escala.
Gradiente:
A partir da relação diferencial obtém-se por substituição das respectivas expressões em coordenadas curvilíneas para
e
Elemento de linha infinitesimal
Uma curva fica definida em termos de um parâmetro
. Um elemento de linha pode-se escrever
Elemento de área infinitesimal
Uma superfície fica definida em termos de dois parâmetros , i.e. definindo a dependência explícita dos seus pontos. Um elemento de área de pode-se então escrever em magnitude
e direcção normal como onde
ou seja através do produto vectorial de deslocamentos elementares e ao longo de linhas respectivamente a
-constante e -constante sobre a superfície. Para
isto é
Elemento de volume infinitesimal
Um elemento de volume fica análogamente definido em coordenadas curvilíneas como o produto vectorial de deslocamentos elementares ao longo
das suas n curvas coordenadas a partir do ponto .
Divergência:
A partir da identidade integral
e no limite (e portanto )
deduz-se a expressão
O fluxo de através da fronteira do volume elementar envolve a diferença dos fluxos através de faces elementares paralelas e opostas separadas de . Numa situação geral, se ) e ) representarem elementos de superfície paralelas, separadas por
e orientadas no mesmo sentido, e se pusermos e para as faces orientadas em sentido opostos, teremos que o fluxo de através destas duas faces assim orientadas é
No caso de um volume elementar as suas faces são paralelas ou anti-paralelas a elementos de área
pelo que
.
Rotacional:
A partir da identidade integral e no limite e simultâneamente , deduz-se que
onde .
Como se pode sempre decompor uma circulação num circuito arbitrário em termos de circuitos rectangulares, se
e representarem elementos de linha paralelos e separados por , a circulação em sentidos opostos de nestes elementos soma
Fazendo
a normal e
os lados da superfície elementar
que lhe corresponde, teremos em consequência
Em 3 dimensões é possível escrever simbólicamente esta operação como
Laplaciano
Combinando a divergência e o gradiente podemos escrever o laplaciano como
© Amaro Rica da Silva, Prof. Dep. Física-IST with
Mathematica
(September 20, 2005) |
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