Colisão Elástica de duas partículas de massas m 1 , m 2


Java Applet: Colisões elásticas de duas partículas.
Use Shift-Drag para Zoom; Use Left-Drag para rodar; Pontos (e vectores) selectionáveis apresentam um pequeno quadrado quando apontados pelo cursor, e podem então ser movidos com Left-Drag.

Colisão e trajetórias com interação atractiva.

Colisão e trajetórias com interação repulsiva.

Colisão e trajetórias com interação atractiva.


Uma partícula em repouso (ou referencial próprio duma partícula)

Leis de Conservação

{ m 1 v o = m 1 v 1 + m 2 u 1 1 2 m 1 v o 2 = 1 2 m 1 v 1 2 + 1 2 m 2 u 1 2 { m 1 m 2 ( v o v 1 ) = u 1 m 1 m 2 ( v o v 1 ) · ( v o + v 1 ) = u 1 · u 1 (1)

Determinação de u 1

Substituindo m 1 m 2 ( v o v 1 ) por u 1 no lado esquerdo, e u 1 por m 1 m 2 ( v o v 1 ) no lado direito, da última equação de (1) obtemos

u 1 · ( v o + v 1 ) = u 1 · ( m 1 m 2 ( v o v 1 ) ) u 1 · ( ( 1 m 1 m 2 ) v o + ( 1 + m 1 m 2 ) v 1 ) = 0

donde

v 1 · u 1 = m 1 m 2 m 1 + m 2 v o · u 1 (2)

Multiplicando a primeira equação em  (1) por u 1 e substituindo aí este resultado (2) obtém-se

u 1 · u 1 = m 1 m 2 ( v o · u 1 v 1 · u 1 ) = m 1 m 2 ( v o · u 1 m 1 m 2 m 1 + m 2 v o · u 1 ) = 2 m 1 m 1 + m 2 v o · u 1 (3)

Designando a direcção de u 1 por u θ = u 1 u 1 · u 1 , esta expressão  (3) dá-nos a sua magnitude u 1 = u 1 · u 1

u 1 = 2 m 1 m 1 + m 2 v o · u θ

Conhecido θ , isto determina completamente u 1

u 1 = 2 m 1 m 1 + m 2 v o cos ( θ ) u θ (4)

Escrito doutra maneira, designando d = 2 m 1 m 1 + m 2 v o = 2 V cm em (3),

u 1 · u 1 = d · u 1         ( d u 1 ) · u 1 = 0

Conclui-se assim que   d u 1 é perpendicular a u 1 , isto é, u 1 é uma corda num círculo de diâmetro d = 2 m 1 m 1 + m 2 v o e centro em 1 2 d = V cm (vide Fig 1). Logo, designando por θ ∈ [- π 2 , π 2 ] o ângulo entre v o e u 1 , deduziríamos directamente da geometria que

( d u 1 ) u 1             u 1 = d cos ( θ ) = 2 m 1 m 1 + m 2 v o cos ( θ )

[Graphics:HTMLFiles/AmaroFig2.png]

Figura 1

Construção geométrica

Contudo, para uma determinação puramente geométrica de v 1 , agora que conhecemos u 1 , devemos escrever a segunda equação de (1), substituindo m 1 m 2 ( v o v 1 ) por u 1 no lado esquerdo, na forma

u 1 · ( v o + v 1 u 1 ) = 0

Podemos concluir que v o + v 1 u 1 = n , não sendo nulo, é um vector perpendicular a u 1 porque verifica u 1 · n =0. Daqui se deduz a expressão para v 1

v o + v 1 u 1 = n             v 1 = u 1 v o + n (5)

Multiplicando a primeira equação em  (1) por este n obtemos, substituindo (5),

m 1 m 2 n · ( v o v 1 ) = 0         n · ( 2 v o n ) = 0
n = 2 v o cos ( π 2 θ ) w θ = 2 v o sin ( θ ) w θ
(6)

onde a última expressão decorre do facto de 2 v o n ser perpendicular a n , o que significa que n · n =2 v o · w θ onde w θ = n n · n é o vector unitário na direcção de n , e portanto perpendicular a u 1 e u θ tal como anteriormente referido. Como impusemos v o · u θ = v o Cos[θ], sabemos que o que deve corresponder a v o · w θ = v o Sin[θ], donde resulta (6). Substituindo (4) , (8) e (6) em (5)  obtemos

v 1 = u 1 v o + n = cos ( θ ) ( m 1 m 2 m 1 + m 2 ) v o u θ + sin ( θ ) v o w θ (7)

Determinação de v 1 a partir da Lei de Conservação do Momento Linear

Da conservação do momento linear em (1) devemos obter v 1 : se usarmos (4) e escrevermos

v o = v o cos ( θ ) u θ + v o sin ( θ ) w θ (8)

onde w θ representa o vector unitário perpendicular a u 1 e paralelo a d u 1 , obtemos  de acordo com (7)

v 1 = v o m 2 m 1 u 1 = cos ( θ ) ( m 1 m 2 m 1 + m 2 ) v o u θ + sin ( θ ) v o w θ (9)

O ângulo φ entre v 1 e v o determina-se agora como

cos ( ϕ ) = v 1 · v o v 1 v o = ( ( m 1 m 2 m 1 + m 2 ) cos ( θ ) 2 + sin ( θ ) 2 ) v o v 1 = ( m 1 m 2 m 1 + m 2 ) cos ( θ ) 2 + sin ( θ ) 2 ( m 1 m 2 m 1 + m 2 ) 2 cos ( θ ) 2 + sin ( θ ) 2 cos ( ϕ ) = 1 2 m 2 m 1 + m 2 cos ( θ ) 2 1 4 m 1 m 2 ( m 1 + m 2 ) 2 cos ( θ ) 2 (10)

Apenas quando m 1 = m 2 (vide Fig. 2) se tem cos(φ)=sin(θ)  ou seja  φ+θ= π 2 .

[Graphics:HTMLFiles/AmaroFig3.png]

Figura 2

Caso Geral

{ m 1 v o + m 2 u o = m 1 v 1 + m 2 u 1 1 2 m 1 v o 2 + 1 2 m 2 u o 2 = 1 2 m 1 v 1 2 + 1 2 m 2 u 1 2 { m 1 m 2 ( v o v 1 ) = u 1 u o m 1 m 2 ( v o v 1 ) · ( v o + v 1 ) = ( u 1 u o ) · ( u 1 + u o ) (11)

O mesmo tipo de raciocínio que anteriormente leva-nos a concluir de (11)

( u 1 u o ) · v 1 = ( u 1 u o ) · ( 2 m 2 m 1 + m 2 u o + ( m 1 m 2 ) m 1 + m 2 v o ) (12)

Multiplicando a primeira equação em  (11) por u 1 u o e substituindo aí este resultado (12) obtém-se

( u 1 u o ) · ( u 1 u o ) = 2 m 1 m 1 + m 2 ( v o u o ) · ( u 1 u o ) (13)

Daí que se possa deduzir

( u 1 u o ) · ( u 1 u o ) = d · u θ (14)

onde

d = 2 m 1 m 1 + m 2 ( v o u o ) = 2 ( V cm - u o ) ; u θ = ( u 1 u o ) ( u 1 u o ) · ( u 1 u o ) (15)

u θ é a direcção de u 1 u o . Reescrevendo a equação (12) na forma

( u 1 u o ) · ( u 1 u o ) = d · ( u 1 u o ) ( u 1 u o ) · ( u 1 u o d ) = 0 (16)

concluimos como anteriormente que u 1 u o se localiza num círculo de diâmetro d . Finalmente, da segunda equação (11) obtém-se, por substituição da primeira no lado esquerdo

m 1 m 2 ( v o v 1 ) · ( v o + v 1 ) = ( u 1 u o ) · ( u 1 + u o ) ( u 1 u o ) · ( ( v o + v 1 ) ( u 1 + u o ) ) = 0 (17)

o que indica

( v o + v 1 ) ( u 1 + u o ) = n && ( u 1 u o ) · n = 0 v 1 = n + u 1 ( v o u o ) (18)

Multiplicando a primeira equação em (11) por n obtém-se

m 1 m 2 n · ( v o v 1 ) = n · ( u 1 u o ) = 0 n · ( v o n u 1 + ( v o u o ) ) = n · ( 2 ( v o u o ) n ) = 0 (19)

Obtemos assim que n também se localiza num círculo de raio D = 2 ( v o u o ) sendo perpendicular a u 1 u o .

[Graphics:HTMLFiles/AmaroFig5.png]

Figura 3

As velocidades finais u 1 e v 1 anteriormente definidas determinam dois circulos concêntricos, com centro em O+ V cm = O+ m 1 v 1 + m 2 u 1 m 1 + m 2 após a colisão. Os respectivos raios serão

r u = || u 1 V cm ||      ;      r v = || v 1 V cm || = || m 2 m 1 ( V cm u 1 ) || (20)

Como seria de esperar, as extremidades dos vectores u 1 , v 1 e V cm estarão sempre numa linha recta depois da colisão. O diâmetro dos círculos anteriores coincide com a direcção de V cm , e o máximo que pode atingir é 2|| u o v o ||, o que acontece quando uma das massas é muito superior à outra. Se por exemplo m 1 m 2 , então V cm = v o = v 1 . Quando n =0 em geral v 1 u 1 = u o v o . Isto significa que quando r v →0, a diferença

|| v 1 u 1 ||=|| u o v o ||     →      r u =|| V cm u 1 || (21)

Exemplos

[Graphics:HTMLFiles/AmaroFig1.png]

Figura 4 - m 2 Slingshot

[Graphics:HTMLFiles/AmaroFig9.png]

Figura 5 - m 2 Breaking

© Amaro Rica da Silva, Prof. Dep. Física-IST with Mathematica  (September 20, 2005) Valid XHTML 1.1!